sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dupla Perseguição - Capítulo 14



            Ver o pezinho, a cabeça, a coluna de seu filho foi simplesmente espetacular. Simplesmente sequer lembrava de nada o que houve em seu dia. Só se importava com as imagens que tinha a sua frente.
            Foi com os olhos cravados nas imagens que, quase 1 hora depois, Mozzie encontrou Neal. Ele nem viu o amigo entrar carregando uma garrafa de vinho. Parecia hipnotizado com o que via.



            - Neal?!?!? – Mozzie chamou. – Olá? Tudo bem?
            - Oi, Mozzie. – Ele sorriu. – Tenho que te apresentar alguém. Veja: é o meu filho!



            Mozzie primeiro desconfiou, achou que o amigo tinha realmente enlouquecido. Depois olhou atentamente o envelope sem remetente e entendeu tudo.

            - Ela te enviou as cópias? – Era uma pergunta que não precisava de resposta. – Ela é terrível! Case com ela, Neal. Que mulher hemmm.
            - Pare de bobagem, Mozzie. É O MEU FILHO! MEU FILHO! VEJA!
            - Sim, já vi. – Ele estava achando graça da animação do amigo. – É a sua cara. Só falta usar chapéu!

            Neal nem se deu o trabalho de retrucar. Queria mais era ficar babando no filho. Já tinha contado os dedinhos, imaginado o rostinho. Será que teria olhos azuis? Provavelmente...Rachel também tinha olhos claros. E o cabelo? Rachel era ruiva natural...será que puxaria a mãe ou o pai? Quando o cansaço tomou conta do corpo, guardou uma foto na carteira e colocou a outra na cabeceira da cama. Agora estava ainda mais próximo de seu filho.
            Todos os dias tirava a foto da carteira para olhar. Encontrá-lo era como uma obsessão. Ao dormir, a última coisa que fazia era dar boa noite ao filho. Semanas se passaram assim. Sem novidades no FBI, tendo que aturar as investidas de Lucy, os casos repetitivos e o humor de Peter.
            Mas no fim do dia, lá estava a imagem de seu filho para lhe acalmar e afirmar que um dia aquilo ia se resolver. Um dia aquele bebê não seria apenas uma imagem de ultrassonografia. Ele seria real e estaria em seus braços.
            Num dia particularmente difícil no trabalho, Neal teve uma discussão mais pesada com Peter. Ele estava para sair de férias. Ia passar duas semanas viajando com Elizabeth. Tinha que deixar tudo em ordem...e estava estressado feito o demônio. Tinha medo de que não fosse respeitar Diana, fugir ou sei lá o que.

           - Eu já estou bem grandinho para sermão de pai, Peter! Chega. Minha pena já está quase terminando mesmo. Alguns meses e estarei livre. Por que iria fugir?
            - E vai fazer o que quando for livre, Neal? – Essa era a real fonte de estresse de Peter. Em 5 meses iria perder seu consultor e seu amigo.
            - Não sei. Quando você voltar de férias a gente conversa.

            Chegou em casa, tomou banho, bebeu um cálice de vinho enquanto Mozzie lhe atualizava quanto ao que Rachel fez durante o dia e logo ficou só. Na cama olhou para a foto do filho.
            - Como será que você está? – Conversou com a foto. – Tio Mozzie disse que a mamãe esteve muito calada. Em dois meses você virá ao mundo...e o papai vai estar com você. É o que eu mais quero.
            Neal largou a foto novamente no criado mudo, mas não tirou os olhos dela. Em silêncio perguntava-se se, um dia iria conhecer seu menino. Adormeceu pensando em estar com eles, seja onde Rachel estivesse. Seriam uma família e ele estaria lá...acompanhado seu crescimento. Adormeceu pensando nessa família.






            Ele entra no quarto escuro sem avisar. Era uma noite agradável e as janelas estavam abertas. O relógio já marcava 3h da manhã. Lá estava ela deitada e linda na cama. À vontade, vestia apenas uma lingerie branca. Estava linda, com o ventre à mostra e os cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro.
            Como se soubesse que era observada, ela abre os olhos e, ainda confusa, o vê ali, observando-a. Estava lindo vestindo aquela mesma jaqueta de couro justa que usava no dia em que a prendeu. Tinha um sorriso sexy nos lábios...mas estava nervoso. Não sabia como ela iria recebê-lo.

            - O que faz aqui? – Ela se sentou na cama procurando o lençol para se cobrir. – Como me encontrou?
            - Não importa. – Ele tira de seus braços o lençol. – Quero ver você. Linda...perfeita.
            - Por que veio? – Ela queria tanto que ele ficasse ali, que pudessem fugir juntos. Deixar o passado e todas as mentiras para trás. Mas não era assim. – Vai embora. Eu sei que veio me denunciar para a polícia, para o FBI
            - Esquece isso e vem aqui. Eu quero falar de nós dois, não de FBI. – Ele se deitou na cama e lhe deu um beijo. – Na verdade, não quero falar.

            Ele tinha fome dela. Uma das mãos puxou-lhe a coxa claríssima e macia sobre a sua. Os lábios lhe acariciavam o pescoço, sentiam o cheiro de seus cabelos. Ela se rendeu ao desejo, a tentação de ter em seus braços alguém que há tantos meses habitava seus sonhos. Passou as mãos em sua nuca e sentiu-o arrepiar. Ele lhe acariciava o ventre.

            - Meu filho está crescendo.
            - Sim, bastante. E agora você está com a gente.

            Ela tinha as costas apoiadas em seu peito e o sentia por todo o corpo. As mãos na barriga, os lábios salpicando beijos em seu ombro, pernas e quadris colados. Seus seios estavam pesados e ela arfava. Seria capaz de implorar para que ele abrisse seu sutiã. Neal o fez sem que tivesse de pedir.

            - Macia....gostosa. – Disse virando-a de frente.
            - Você está muito vestido. 

            Neal delirou quando ela lhe abriu a jaqueta e arranhou o peito com as unhas. Quando o dorso ficou nú, Rachel beijou-lhe o peito e ele se lembrou das noites, meses atrás, que ela passou em seus braços, no apartamento em Nova York. Fazia muito tempo, mas ainda estava nítido na memória.
            Ela não queria nenhuma peça de roupa cobrindo o corpo dele então foi direto para o cinto e a calça jeans escura. Ele era perfeito.

            - É tão injusto você continuar com esse abdome sarado quando eu tenho de carregar essa barriga.

            Ele se demorou em acariciar a barriga e sentir os movimentos do bebê lá dentro. Há muito desejava estar com ela assim e poder tocar mãe e filho. Mas agora o momento era dos dois...um momento que esperou por muito tempo.

            - Agora você tem mais peças de roupa que eu. – Ele sussurrou no ouvido de Rachel.
            - Eu estou só de calcinha.
            - E eu sem nada. – Ele estava de joelhos na cama, na frente dela. – Vamos igualar isso.
         

Lentamente ele tirou a peça de renda branca. E estava disposto a alongar aquela noite de reencontro. Eles mereciam depois de tanto tempo longe que o prazer durasse a noite toda. Ela tinha planos mais rápidos.

            - Vem...eu te quero.
            - Calma... – Ele respondeu enquanto mordiscava a parte interna das coxas dela.
            - Agora! Vem! Preciso de  você. – Ela tentava puxar-lhe os ombros, mas ele não vinha.
            - Quero alongar isso. – Estava tão gostoso.
            - Neal Caffrey! Não ouse irritar uma mulher com uma barriga de sete meses de gravidez. Posso ser feroz. – Ela sorriu quando ele lhe brindou com o olhar mais sensual do mundo, erguendo o corpo e veio lhe beijar. – Eu preciso de você dentro de mim.
            - Seu pedido é uma ordem. – E ele fez exatamente o que ela esperava.

            O sexo tinha de ser mais leve, afinal havia um bebê entre os dois. Mas ainda era tão gostoso quanto cada um lembrava.

            - Aaaa aaa vem...eu quero você inteiro nisso. Eu não vou quebrar. – Ela disse.
            - Eu.........amo........vocês. – Ele repetia entre as estocadas.

            De repente ouviram um barulho...algo forte, na porta. Ele ergueu-se da cama e começou a se vestir.

            - Fica aí. – Disse para ela e logo ouviu seu telefone tocar. – Droga! Estão me procurando. 

Ele saiu correndo pela porta enquanto ela ainda se vestia. O barulho continuava grande na porta da frente...o telefone tocava ainda mais alto.

            - Neal! Neal! Volta! Nealllllll! – Foi gritando assim que Rachel acordou do sonho. O corpo estava suado, pegajoso. 


Pareceu tão real...


            Para Neal também. O telefone tocava ao lado da cama. Três chamadas não atendidas de Mozzie. Quem quer falar com Mozzie depois de sonhar que tem a mãe de seu filho nos braços?

            Com o corpo quente, levantou-se para pegar um copo de água na cozinha. E ouviu o receptor instalado na sala transmitir algo.

            - Você está gritando, Rachel!  -  Era a voz de Nicolle. – O que houve?
            - Eu estava sonhando...um sonho...bom e acordei com um barulho. – O som de alguém mexendo em sua porta ficou forte novamente. – Esse barulho! Tem alguém arrombando a casa!

            Ouvindo tudo, Neal não sabia o que lhe espantava mais. O fato de os dois terem sonhado ao mesmo tempo, de estarem invadindo a casa dela ou a certeza de que naquele momento Rachel já tinha sua arma em mãos e ia enfrentar o invasor.

            - Fique aqui, mãe! Eu vou descer.
            - Não! Baixe essa arma Rachel! Pense no seu filho.
            - Eu estou pensando. Não dá tempo de fugir. Quem estiver entrando, vai levar bala!

            Dizendo isso ela desceu as escadas da casa. Quem podia ser? FBI? Polícia de NY? MI5? Quem descobriu seu endereço? A arma apontada para a porta. Seu invasor teria uma recepção interessante.
           


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