quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 17: Pânico



- Anastásia, quando vai me contar o que está errado? – Ela estava estranha e isso incomodava grey.
- Nada. Eu já disse. - Dessa vez não cotaria. Não cairia no mesmo erro. Iria ser feliz ao lado de Grey pelo tempo que pudesse e então iria embora com seus filhos para nunca mais voltar.
- Está obviamente mentindo. E você sabe o quanto isso me deixa puto Anastásia! Não minta!
- E você não grite! E cuidado com o que fala perto do seu filho. – Teddy estava na sala enquanto Grey e Ana tomavam um vinho na cozinha. – Eu não quero vinho. Obrigada.
- Ana, eu não quero brigar, mas...
- Então não fique me pressionando.
- Ok. Mas eu sei que há algo e vou descobrir.

Mais tarde, enquanto Teddy estava dormindo e eles estavam descansados após transar calmamente, Ana percebeu que não tinha muito mais tempo. Christian era muito observador e conhecia bem o seu corpo.

- Estou gostando, você está mais gordinha, mais cheinha, do jeito que eu gosto.
- Vooocê acha que eu engordei?
- Um pouquinho. E é normal afinal você está comendo bem. Isso é bom. Eu odeio quando você não come.
- Isso é bobagem sua. – Ela se levantou e logo vestiu o roupão. – Eu não engordei...estou inchada. É tensão pré-menstrual. Só isso!
- Ok, não quis ofender. Umas gordurinhas não lhe fariam mal.

Dormiram agarradinhos. Na manhã seguinte Ana foi trabalhar e Christian largou o filho na creche. Estava a cada dia mais acostumado com a rotina de pai. Um dia ainda precisava agradecer a Ana por não desistir dele. Estava encantado por Teddy. Um menino maravilhoso e inteligente que, um dia, quem sabe, iria substituí-lo nos negócios quando ele e Ana já estivessem velhinhos. Netos? Talvez. Mais filhos...quem sabe um dia não daria a Ana tudo aquilo que lhe faltou enquanto esperava por Teddy. “Porque eu tinha que ir sozinha ao médico enquanto todas as outras grávidas tinham maridos ansiosos por ouvir o coração de seus bebês baterem. Porque não tinha ninguém pra cuidar de mim quando eu ficava enjoada? Porque não tinha ninguém pra rir dos meus desejos estranhos no meio da noite”. Eu ainda não estou pronto Ana, mas um dia eu vou te dar tudo isso.

Já faziam três meses que Ana e Grey começaram a se envolver novamente. Agora eles passavam algumas noites no ‘castelo do papai’ como Teddy dizia, mas Ana não aceitava se mudar. Grey encarava isso como a prova de que ela ainda não tinha confiança nele. Sem falar no segredo. Ela escondia algo. O que? Na empresa não era. Ana não estava completamente feliz por algum motivo e precisava descobrir o que é.
Almoçando com Kate, Ana sentia os efeitos do enjoo. Não conseguia comer e estava a cada dia mais nervosa.
- Conta a verdade Ana. Você irá se sentir melhor e passará a gestação muito mais tranquila.
- Não! Ele vai explodir. O melhor que eu faço por enquanto é ficar calada.
- ANA! Não vê que isso não dura muito, O Grey não é idiota!
- Não é mesmo. Ele já comentou que meu corpo mudou. – Ana voltou a sentir as lágrimas se aproximarem. – Eu tenho pouco tempo Kate.
- De quantos meses está?
- Quase dois.                                                            
- Fale a verdade Ana.

Mas ela estava decidida. Kate foi embora preocupada com a amiga. Ela estava nervosa e isso não faria bem. Mas não podia trair sua amiga. Não contaria nada a Grey.
Ana passou o dia apreensiva. Não era só a gravidez. Tinha uma sensação estranha, parecia estar o tempo todo sendo observada. Trocou e-mails com Christian, trabalhou muito e, no final da tarde saiu em direção a escola de Teddy. Iriam para casa tomar bando e depois Grey viria buscá-los para irem brincar com os cachorros. Provavelmente dormiriam lá.

- Dê um beijo na sua professora Teddy e vamos logo. Mamãe está cansada.

Eles vinham caminhando lentamente. Teddy brincava com o celular de Ana. Ele sentiu a mãe apertar sua mão e parar no meio da rua. Do alto da sua inocência infantil não entendeu o que se passava. Mas viu que era sério. Guardou o telefone no bolso do uniforme que usava e olhou para a mamãe.

- O que houve mamãe. – Tinha dois homens do outro lado da rua olhando para a mamãe. Um tinha cara de mau.
Quando Ana falou com Teddy sabia que seu menino era esperto o suficiente para entender e obedecer o que ela iria pedir.

- Teddy, presta a atenção. Lembra aquelas lojas que você foi com a mamãe no dia que os fotógrafos estavam aqui?
- Sim.
- Quando a mamãe disser você vai correr o mais rápido que você puder até lá.
- Porque?
- Não pergunte, obedeça a mamãe. É importante. O telefone da mamãe está com você?
- Sim. – Disse o menino preocupado.
- Você só vai parar de correr quando estiver dentro das lojas. Aí você vai ligar para o papai. Sabe fazer isso? Lembra o número?
- Sim mamãe.
- Ótimo. E quando o papai atender você vai dizer onde você está e ele virá te pegar.
- E você?
- A mãe vai ficar aqui.
- Quem é esse moço com cara de mau?
- O nome dele é Jack. E você vai dizer isso ao papai. Ok? – Ana apertou a mão do filho mais forte rezando para que ele ficasse em segurança. – Já! Corre Teddy. – E ela ficou... sozinha e indefesa...exatamente como Jack queria.


___________###____________

Christian estava em pânico. A ligação de Teddy, o choro de seu filho ao telefone, o medo por Ana ao ouvir aquele nome maldito. Quando chegou novamente aquele conjunto comercial encontrou Teddy chorando agarrado ao telefone da mãe. Nos últimos meses aprendeu a brincar com um menino sorridente, não a consolar uma criança chorosa. O que fazer?

- Não precisa chorar Teddy. Eu vou encontrar a mamãe! Prometo.
- Aquele moço vai machucar ela?
- Não, claro que não. – Infelizmente não podia prometer nada ao garoto. – Você tem certeza que a mamãe disse JACK?
- Sim! Mandou eu te dizer isso, papai. Busca ela! Busca ela de volta! Eu quero a mamãe!

________#_______

Já em casa, com a polícia, seus homens de confiança, liderados por Taylor, e os familiares e amigos próximos Christian tentava entender o que se passava.

- Como Taylor? Como? Preciso entender como ele deixa a prisão e eu não sou informado.
- Eu também não soube, patrão. Desculpe! Foi uma falha terrível da equipe. Coloquei um homem para cuidar disso, ele deixou a equipe e o que o substituiu não deu atenção a tarefa.
- Coloque-o na rua antes que eu o mate. Mas antes se certifique de que ele não facilitou as coisas para o Jack. Não podemos confiar em ninguém.
- Sim, senhor.
- E Taylor.- Grey falava em voz baixa. – A polícia está aqui, mas eu quero encontrar Jack. Entendeu? Dessa vez ele não vai pra cadeia. Ele não vai sair vivo disso!
- Entendido. – Na verdade Taylor mesmo queria matar o homem.

As horas passavam e nenhuma notícia. Nada. Todos estavam preocupados. Kate estava desesperada e inquieta.

- Sabe de algo Kate? – Grey sentia algo de errado?
- Christian?! – Elliott reclamou.
- Não sei de nada. – Ela achava que a polícia precisava saber que se tratava de uma mulher grávida, mas não queria trair a amiga.
- Está bem. Desculpe. – Disse Christian.

Quase oito horas após o desaparecimento o telefone de Christian toca. O número restrito era,obviamente, de Jack. Iriam tentar rastrear.

- Grey, há quanto tempo, meu amigo.
- Não sou seu amigo!
- Aaaa mas eu me lembro tanto de você. Lembro da noite em que você e seus capangas me chutaram para fora do meu trabalho só porque a vagabundinha aqui fez doce.
- Tire as mãos da minha mulher! – Só de imaginar aquele homem tocando Ana, Christian entrava em pânico. – O que você quer para libertá-la?
- Não tenha pressa. – E desligou a ligação antes de conseguirem rastrear.

Duas horas depois uma nova ligação.

- Como a Ana está? – Christian disse tentando manter a calma.
- Isso! Agora baixou a guarda e entendeu quem manda. Foi tão lindo ver o garotinho correr e a Ana tentando salvar o pirralho. É claro que eu não iria pegar o menino. Você nem gosta dele? Não teria graça! Já a Ana você ama...você a quer como sua e agora ela é MINHA.
- O que você quer?
- Talvez mais tarde eu te conte. – Novamente encerrou a ligação sem falar nada.

Essa tortura estava matando Christian e a todos do coração. Estavam morrendo lentamente.

Mais três horas de espera.

- Diga logo. Quanto? Sabe que te darei o que desejar para tê-la de volta intacta?
- Intacta? Aaaa Não é mais possível. – Jack disse debochado.
- O que você fez a ela?
- Muita coisa Grey, muita coisa.
- Desgraçado! – Christian gritou, mas logo se arrependeu ao ouvir um som seco seguido do grito de Ana. Tinha batido nela. – Seu covarde. Porque não veio atrás de mim?
- Por que assim é mais divertido. E é bom se comportar! Cada paço em falso que você der é a amada Anastásia que vai pagar. Ouviu?
-Sim. – Christian foi obrigado a concordar.
- Ótimo! Você acaba de receber um presente meu.
- O quê? Onde?
- Você vai desligar o telefone e ligar para sua secretária. Pergunte a ela por uma caixa azul que  chegou há 15 minutos. Para você não dizer que eu sou maldoso...te enviei uma lembrança.Te enviei uma parte de Anastásia. Se eu não te devolver ela toda, ao menos ficará com um pedaço.

O corpo de Christian perdeu a cor e as forças. Fez o que Jack ordenou.

- Sim senhor. Chegou uma caixa azul sem cartão nem nada assim.
- Quem entregou?
- Um rapazinho, não veio até aqui, deixaram na portaria.
- Por favor. Mande que tragam para minha casa. Ninguém deve abrir. E muita atenção com o que chegar ao escritório daqui em diante. Todos os entregadores devem se identificar.

Somente depois ele disse a todos o  que Jack havia lhe falado.

- Segundo ele, na caixa tem um pedaço da Ana.

Todos entraram em desespero.

Nenhum comentário:

Postar um comentário