quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Por Um Filho - Cap 20: Parto!


Cap 20: Parto

Praticamente esqueci de meus sogros, apenas peguei Bella no colo e a coloquei carro, seguindo até o hospital mais próximo. Obviamente fui impedido de acompanhar o exame e só o que restava era aguardar e torcer para nada de tão grave acontecesse. Desesperado liguei para a médica que já acompanha Bella na gravidez e expliquei o ocorrido. Ao que parecia, eu não teria boas notícias.
- Não importa o que acontecer, ela não deve dar a luz em Forks. Precisa de um hospital com  UTI neonatal, é importante para o caso da neném nascer com algum problema respiratório. Eu pedi tanto para Bella se manter calma...faltava tão pouco.
- Acha que ela ficará bem?
- Edward, eu não a examinei. Não posso prometer nada.

Logo depois a chefe da equipe médica do hospital me chamou e parecia concordar com Martha.

- O ideal era seria sua esposa ser removida para um grande hospital. A pressão dela permanece alta e, continuando assim, será necessário antecipar o parto.

É claro que eu não iria arriscar perder minha mulher e minha filha, sim, porque apesar da idiotice que falei ao pai de Bella, estava apegado a menina que ainda nem nasceu. Bella foi transferida com urgência e sua obstetra assumiu a situação. A pressão de Bella era o mais preocupante e se faltasse líquido amniótico ou nossa filha apresentasse qualquer sinal de sofrimento intra-uterino iria ser feita a cesárea. Bella alternada longos períodos de sono com minutos de consciência, sempre balbuciando palavras de preocupação com sua bebê e esquecendo do próprio sofrimento. Altruísta!
As horas foram passando e eu evitava conversar com Bella. Toda vez que ela tentava eu desconversava, dizendo que ela precisava descansar e guardar suas forças para colocar nossa filha no mundo. Nas primeiras vezes funcionou, mas em certo momento ela segurou minha mão e disse algo assustador:
- Se algo acontecer, não precisa ficar com ela. – Ela estava pálida, era assustador. Se não fosse seu estado, ter dito o quanto ela era absurda.
- Não Bella, não fale bobagem. Nada vai acontecer!
- Com ela não, tenho certeza. Mas comigo não sei. E se eu lhe faltar, não quero que fique com ela por obrigação.
- Não é por isso que estou aqui. Eu quero vocês duas comigo.
- Prometa que não ficará com ela se não puder amá-la! – Ela já chorava.
- OK, OK, OK. – O que dizer quando ela parecia mais nervosa a cada momento? – Mas não haverá necessidade de nada disso. Nós vamos criá-la juntos.

Isso não pareceu acalmá-la. Ao contrário, minha Bella tinha índices de pressão cada vez mais altos e Martha optou por não esperar mais. Eu acompanhei toda a cirurgia segurando a mão de Bella, que por razões médicas não pode estar acordada.


A médica havia-me tranquilizado de que a menininha já tinha um bom tempo gestacional e não corria grandes riscos. Talvez, dependo de seu peso, nem precisasse de incubadora. Eu e Bella poderíamos levar nossa filha para casa logo. Desde que ela também estivesse bem. O procedimento foi tranquilo e logo vi minha filha vir ao mundo com uma garganta poderosa. Uma enfermeira a pegou e mostrou para mim. Linda! Era um verdadeiro pecado Bella não estar acordada para ver seu milagre vir ao mundo. Minha filha foi passar pelos primeiros exames e ser limpa de todo aquele sangue. Não estava preocupado. Como Esme dizia: bebê que chora forte tem saúde. E minha filha era forte.
Tudo parecia indo bem. A médica começou o processo de sutura no ventre de Bella e uma quase imperceptível preocupação tomou a equipe médica. Um dos enfermeiros parecia demonstrar nervosismo e Martha tentava trabalhar o mais rápido possível. Eu tentava me convencer de que era tudo fantasia, tudo produto da minha imaginação, mas outro médico presente falou o que meu coração temia.
- Vamos perdê-la!
Senti o mundo desabar ao ouvir isso. Como vamos perdê-la? Não, não posso perder Bella. Ela acaba de dar a luz nossa filha, nem mesmo havia escolhido seu nome, não viu nenhuma vez. Ela não ousaria deixar seu coração parar de bater. Eu não percebia mais nada, estava em desespero e fui retirado da sala cirúrgica.  Uma enfermeira tentava parecer calma e dizer que estavam fazendo o possível por minha mulher e que eu tinha de manter a esperança por minha filha. Depois que a fiz prometer vir dar notícias assim que possível, fiquei sentado na recepção, calado, rezando silenciosamente. Não podia ser verdade.
Eu não tinha nenhuma informação concreta da equipe médica e os minutos iam passando. Resolvi ligar para minha família.
- Mas não tem nenhuma notícia? – Alice também estava em choque?
- Ainda não.
- Vou para aí agora. E minha sobrinha.
Nesse momento consegui voltar a sorrir.
- Linda e perfeita. Você será a tia mais boba do planeta.
- Logo eu e Jasper estaremos aí.
Não me preocupei em ligar nem para minha mãe, nem para os pais de Bella. A primeira porque já deveria estar sabendo por Alice e os outros porque não mereciam. Mas minha consciência teve que dar o braço a torcer quanto a Jacob e os outros amigos de Bella. Afinal eles cuidaram dela em minha ausência. Liguei para o escritório onde ela trabalho e avisei que ela tinha dado a luz e sofria de complicações. Não dei detalhes, mas sabia que em breve a recepção estaria lotada.
Mais tempo se passou e meu coração estava dividido. Uma parte não aceitava a possibilidade de sair de frente àquela sala antes de saber que minha Bella estava recuperada, outra queria correr até a maternidade e dizer para minha filha não ficar assustada porque logo o papai e a mamãe a levariam para casa. Estava quase sedento a tentação de escapar por um momento apenas quando Martha veio falar comigo.
- Diga que ela está viva! – Exigi.
- Ela está viva, mas não totalmente fora de perigo.
- Quero ver minha mulher.
- Não Edward. Ela está na UTI e não poder receber visitas de ninguém.
- O que houve com Bella. Afinal o que vocês são, médicos ou açougueiros?
- Ela teve todos os cuidados possíveis Edward. E será assim até que fique boa. Se puder me acompanhar até minha sala eu explico com mais detalhes.

Eu não queria explicação alguma, seria suficiente uma garantida de que amanhã minha mulher estaria recuperada deste parto. Mas acabei seguindo Martha na esperança de ter alguma informação.

- Sempre soubemos que Isabella tinha altas de pressão preocupantes na gravidez, uma tendência a pré eclampsia. Felizmente conseguimos manter estabilizado e sua filha nasceu perfeita. Em dois dias ela deixa o hospital em total saúde. Infelizmente a pressão que estava estabilizada teve uma alta repentina e Bella entrou em trabalho de parto. Fomos obrigados a fazer a cesárea antes que a bebê sufocasse, já que Bella não tinha forças para um trabalho de parto normal.
- Ela ficará bem? – Perguntei, mas fui ignorado.
- Estávamos confiantes até que tivemos problemas com a sutura. Infelizmente Bella teve uma forte hemorragia.
- Ela ficará bem?!
- Eu gostaria, mas não posso garantir. No momento ela está na UTI. Precisamos ver como vai evoluir.

Voltei para a maldita sala de espera aos pedaços. Não vi ninguém, apenas chorei. Chorei por tudo de errado que já havia feito, por ter lhe negado a realização desse sonho por tanto tempo, por não ter aceito a chegada do bebê como qualquer pai normal, por não cuidar dela desde o início, por permitir que outras pessoas se responsabilizassem por compromissos que eram meus, por soquear seu pai e deixá-la ainda mais nervosa, e por dizer  mais besteiras do que era humanamente perdoável. Como era possível? Como eu criaria minha filha sem ela? Não, eu não ia sequer pensar nisso. Senti uma pequena mão em meus ombros.

- Como ela está? – Era Alice.
- Na UTI, teve uma hemorragia.

Minha irmã não falou nada. Sabia que nenhuma palavra seria capaz de aplacar a dor ou amenizar a culpa que sentia. Depois de um longo abraço silencioso ela apenas informou que iria até o berçário deixar a mala que trouxe para a sobrinha.
- Será que vão deixar você entregar?
- Eles que ousem deixar a pequena naquelas roupas horrendas de hospital. – Ela brincou, mas eu sequer sorri.
Fiquei com Jasper na mesma sala, onde parecia que eu passaria muito tempo, conversando sem sequer perceber as palavras. Estava com a mesma roupa a mais de 24hs e não tinha disposição para trocar. Não tinha ideia do que faria no futuro, enquanto Bella não abrisse os olhos.
- Escolheu o nome?
- Bella fará isso. – Disse um tanto ofendido ao meu cunhado.
- Achei que já tinham algo mais ou menos definido.
- Pensamos em muitos, mas estávamos entre Cecília e Amanda. Talvez decida quando olhar para ela.
- Então pode ser agora! – Alice entrou saltitando na recepção, o que me deixou um pouco magoado.
- Eu não acho que temos motivos para tanta euforia Alice!
- Pois eu acho que temos. Olhe Edward, eu entendo que esteja sensível por Bella, mas sua filha nasceu e isso é motivo de alegria. Sequer ouse culpá-la pelo que ouve. Ela é um anjinho!
- Eu não culpo ninguém além de eu mesmo.
- Então tire esse traseiro da cadeira e vá ver sua filha que está linda aguardando por você. Se, quando Bella acordar, ela sequer desconfiar que negligenciou a bebê, ela arrancará o seu coro!
A esperança de ver minha mulher, corada e saudável, estender os braços para pegar nossa menina me deixou mais animado e eu corri ao berçário. Vi o pedacinho de gente mais lindo que poderia existir. Pequenina, com o rostinho delicado como o da mãe, boquinha de coração e nariz arrebitado, estava totalmente embrulhada num cobertor cor de rosa. Os cabelos, muito fininhos e com um lacinho típico de Alice, eram em um tom intermediário do meu cobre e o chocolate de Bella. Os olhos estavam fechados, mas eu torcia para terem o mesmo tom do de minha mulher. Aliás, eu queria uma cópia de Bella correndo pelos corredores de nossa casa.



- Oi bebê, sou seu pai. A mamãe logo vai melhorar e vir te ver...bom, ou você vai visitá-la. Você é muito parecida com ela e isso é bom porque a mamãe é muito linda. Eu não sei se você ouvia o que nós falávamos aqui fora enquanto ela esperava você, mas se ouvia, não ligue para as bobagens que o papai dizia. Eram só bobagens mesmo. A mamãe sempre quis você e eu...bem...eu levei um tempo até me acostumar com a ideia. Mas hoje, eu não sei se viveria sem você. A mamãe e você são a minha vida.

Minha filha se mexeu um pouco, parecia que não queria ficar confinada no cobertor. Eu abri um pouco o envelope e peguei em uma se suas mãos observando a perfeição das minúsculas unhas.
- Tenho que parar de chamar você de bebê. Eu e mamãe pensamos em algumas opções de nomes para nossa bailarina, mas não temos certeza. Foram tantos que você sequer pode imaginar, mas agora estamos entre dois. Cecília, que é delicado e digno de uma princesa e Amanda. Amanda nós gostamos pelo significado, já que você merece ser muito amada e já tem nós dois em suas mãozinhas. – Juro que vi um sorriso se formar em seus lábios, de leve, mas estava lá. – Você gostou de Amanda filha? Será que a mamãe deixa nós escolhermos? Acho que sim. Agora vou chamar seus tios, Jasper e Alice. Eles precisam conhecer Amanda Swan Cullen!

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