quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Por Um Filho - Cap 9: Nova tentativa






Era hora de pesar o quanto tinha avançado. Bem pouco, era verdade, mas já era algo melhor. Afinal Bella ao menos concordou em almoçar com ele, sem aparentar muito gosto nisso, mas já valia algo. É claro que precisava encontrar uma forma de não causar mais brigas, coisa impossível depois de ver o tal apartamento onde ela morava. Não estava de acordo com as acomodações e muito menos com a segurança do lugar. Como sua mãe permitiu isso?
Sua preocupação com segurança diminuiu depois que teve uma conversa com quem estava na portaria na hora de sua saída. O homem de meia idade era atrapalhado e estava nervoso quando percebeu sua aproximação:
- Senhor? Precisa de algo?
- Sim, precisei mais cedo, mas você não estava aqui.
- Haaaaa...sabe como é uma saidinha.
- Claro, vamos deixar para lá. O senhor conhece a moradora Isabella Cullen, correto? Preciso que fique de olho nela.
- Senhor eu não acho certo...
- Eu não acho certo você abandonar seu posto e nem por isso criei problemas como, aliás, posso fazer.
- Tudo bem. O que precisa saber?
- Ela costuma ser trazida para casa por um rapaz. Ele entra ou a deixa aqui na portaria?
- Às vezes entra e em outros dias só a larga.
- Quero que fique de olho nele. – Ele pegou um cartão e entregou ao homem. – Aqui tem meu número de celular. Quero saber se algo anormal ocorrer. Pode ser bem recompensado.

Agora saberia se o tal Jack quisesse se engraçar com sua mulher. Mas era hora de cobrar algumas coisinhas de Esme. Ele tinha o direito de saber onde Bella morava e ela poderia ter feito algo para deixar o lugar mais sociável. Alice fazia tantas compras...custava ter mobiliado o apartamento?

- Olá querido, conte as novidades.
- Conversamos, mas sem muitos avanços. Amanhã vamos almoçar.
- Ótimo. Conversaram sobre o bebê?
- Pouco, mas não foi para isso que liguei. Não gostei nada do apartamento onde Bella mora. Não chega nem perto do nosso.
- O salário dela também está um pouco abaixo do seu.
- Você podia ter ajudado.
- Ela não quis. E não está faltando nada essencial, ela apenas está economizando. Você é que nunca precisou fazer isso. Pode ser difícil, mas é possível ter um bebê sem ser milionário.
- Não deboche mãe, estou preocupado.
- Mas não é nisso que devia estar pensando. Ora Edward, aprontou tanto e vai se preocupar com móveis...Ou isso é desculpa para trazê-la na marra para Londres e deixá-la bem longe do Jack.
- Uma coisa é diferente da outra. Eu vou ficar de olho nesse cara mesmo se ela resolver morar aqui. Ele não vai chegar mais perto do que um patrão tem direito.
- Então qual o problema?
- Consegui marcar o almoço, mas não sei o que fazer. Mãe, eu não sei como tratar uma grávida!
            Sua mãe ainda deu alguns conselhos, mas logo depois desligou. Agora era só esperar para a hora do almoço e combinar tudo para passarem os últimos meses da gravidez bem próximos. Isso serviria para matar a saudade de Bella e aprender a lidar com um bebê. Não fazia ideia de como era ter uma criança sob sua responsabilidade.


            - Está com fome?
            -Sim, mas podíamos ter ido a um lugar mais simples;
            - Não vejo motivos para isso. – O garçom chegou. – Me acompanha no vinho?
            - Eu...não posso beber.
            - Hammm...desculpe, ainda não consegui acostumar com isso.
            - Um suco, pode ser?
            Edward tentou levar a conversa para tudo que tinha haver com o bebê. Cada exame foi discutido e o fato de não saberem o sexo foi motivo para alguns risos sinceros dele. Mas uma questão gerou polêmica.
            - Quando é o próximo exame? Posso te acompanhar?
            - Não precisa Edward. Eu vejo o esforça que está fazendo para me agradar, mas essa não é uma escolha natural para você. Não quer ir a consulta, então prefiro que não vá.
            - Eu quero.
            - Não, você quer é fazer o que considera certo. Vamos com calma.
            - OK. Mas posso ver você a partir de agora? Podemos almoçar ou jantar sempre juntos.
            - Eu preciso de espaço Edward. Preciso tomar as rédeas de minha vida e farei isso. As decisões são minhas.
            - Vai me afastar? – Perguntou cabisbaixo.
            - Não. - Bella respondeu rápido demais. – Só vou com calma, não quero me precipitar. Você ainda pode voltar na decisão e não vou arriscar.
            - Olha Bella. Confesso que não aceitei tudo ainda. Não acho que esteja totalmente certa, mas sei que exagerei.
            - Espere, se não entende meus motivos, o que veio fazer aqui?
            - Eu entendo seus motivos, só acho que não podia me obrigar a passar por isso. Foi um choque muito grande. Podia ter tentado me fazer ver o seu desejo de outro jeito.
            - Estaria na mesma até hoje! Não vê o quanto você impedia que esse assunto fosse discutido? Eu nunca seria mãe Edward.
            - Eu te amo Bella, mas ainda acho que errou. Mas eu aceito deixar tudo para trás é só você também fazer isso. Vamos tentar. Por favor.
            - Eu preciso pensar Edward.
            - Certo. Eu vou no apartamento mais tarde e nós conversamos...
            - Não Edward. Eu ligo para você quando estiver pronta.
           
            E mais uma vez os dias passavam lentamente. Bella estava magoada, mas se ainda o amava daria outra chance. Talvez a marca fosse pior do que imaginou, machucou-a demais. Já tinha conversado com Alice, Esme e até Jasper parecia tentar acalmá-lo. Tudo sem resultado. Tinha de resolver isso logo, mas pressioná-la agora era pior. Chegou até a fazer compras. Foi a uma loja de brinquedos e escolheu algo simples, mas que sabia agradaria Bella. Não, não era para ela, mas sim para o bebê. Olhou a loja toda e não sabia o que comprar até que a vendedora veio ajudar. Comprou um gatinho de pelúcia com peças desmontáveis. Esperava que Bella gostasse e o bebê também, quando pudesse brincar. A garota da loja disse que era o melhor para um bebê novinho. 

Mandou para ela junto com um bilhete.
 “Tentei me informar quanto a bebês e ao que parece ele já pode entender o que se passa aqui fora. Então pensei que está na hora dele começar a me ter por perto. Espero estar aí em breve. Aguardo sua ligação”
Edward;

            Mas nada, nenhuma ligação. Pensou também em comprar algo para ela, mas não teve coragem de entrar na loja lotada só de mulheres. Então desistiu. Agora estava no hotel, em plena tarde de sábado, olhando para as paredes e se perguntando quanto tempo mais teria que esperar. Até que seu celular tocou.
- Alô.
- Alô. É o senhor Cullen?
- Você ligou. Deve saber com quem deseja falar.
- O senhor pediu que eu ligasse caso algo acontecesse com a sua esposa e...
- Fale de uma vez homem. – Enquanto gritava ele já pegava a carteira e as chaves.
- Não foi culpa de ninguém, mas...
- Fale logo!
- Aquele amigo dela, o que o senhor pediu para cuidar.
- O que tem ele? – Agora até torcia para ela ter simplesmente saído com Jack.
- Ele marcou de ajudar ela com alguma coisa e veio aqui. Aí ela não abria a porta e nós arrombamos.
- E daí?
- Ela tava esticada no chão. O rapaz levou ela para o hospital. Achei que ia querer saber.
- Qual hospital.
- O central. – Edward agradeceu e desligou o telefone.

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